Facilidade de encontrar informações de saúde pela internet se torna um problema

Facilidade de encontrar informações de saúde pela internet Com a massificação da internet é cada vez maior o número de pessoas que pesquisam na rede a respeito dos sintomas antes da consulta médica, chegando ao consultório, muitas vezes, com uma opinião já formada sobre o próprio diagnóstico.

A facilidade em se ter informações disponíveis a respeito dos mais variados assuntos, apenas com um clique, fez com que a hipocondria aumentasse significativamente na era digital, é a chamada “cibercondria”, expressão denominada para aqueles que consultam na internet sobre patologias relacionadas aos sintomas que estão sentindo.
“A ansiedade das pessoas em descobrir rapidamente os motivos de uma dor ou indisposição tornou-se um problema preocupante para a classe médica pois, a partir dessas consultas online, muita gente parte para a automedicação, podendo levar a consequências mais graves e dificultar o correto tratamento”, revela o Presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial (ABORL-CCF), Dr. Sady Selaimen.

Segundo o presidente da ABORL-CCF, pacientes que tomam decisões sobre seus diagnósticos e tratamentos a partir de informações obtidas na internet correm um sério risco, principalmente quando, por conta disto, partem para a automedicação. “Muitos pacientes chegam ao consultório pensando ter alguma doença grave após pesquisar sobre os possíveis sintomas na internet. Ocorre que, um quadro febril, por exemplo, pode apresentar uma variação enorme de diagnósticos. O paciente precisa ter ciência de que a internet é um vasto campo de informações sem o total controle dos administradores”, alerta.

De acordo com a Associação Médica Brasileira, oito em cada dez pesquisas no Google são relacionadas à saúde. Segundo o Instituto de Pesquisas Norte Americano, Harris Interactive, somente nos Estados Unidos, há mais de 160 milhões de cibercondríacos. “É preciso que ocorram, cada vez mais, campanhas de conscientização que orientem as pessoas a evitarem esse tipo de procedimento, ou então, que elas, quando sentirem necessidade de buscar alguma informação relacionada à saúde, façam isso em sites confiáveis, como os portais das Sociedades Médicas e de profissionais referenciados”, afirma Dr. Sady Selaimen.

Por outro lado, o presidente da ABORL-CCF enxerga um lado positivo na questão. “O fato de os pacientes estarem cada vez mais pesquisando sobre os possíveis problemas com a própria saúde, muitas vezes chegando à consulta bem informado em relação às opções de tratamento, leva à necessidade de os profissionais médicos se manterem permanentemente atualizados, exigindo participação constante em Congressos, atualizando-se sobre o resultado de pesquisas científicas e sobre as mais diversas novidades a respeito da área de atuação”, finaliza.

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