Pânico e CQC: será que estão chegando ao fim?

Que os programas humorísticos de maior sucesso da televisão brasileira, Pânico na Band e CQC, estão sofrendo crises na audiência, isso não é novidade para ninguém. Mas será que a crise é o fim? Eu era uma das expectadoras mais assíduas de ambos programas, e acredito que sim. Sempre gostei do jornalismo verdade do CQC, falando de assuntos muito sérios e dizendo as verdades com humor, e do comportamento maluquete do Pânico. Mas ultimamente os dois programas estão deixando muito a desejar.

CQC

Programa de humor deve servir para reunir a família na sala e rir junto, com piadas para as crianças contar para os amiguinhos, onde pessoas de todas as idades possam olhar sem se horrorizar. Programas estilo Chaves, criado à mais de 40 anos (exibido no Brasil desde 1984) e que ainda faz sucesso sem apelações ou explorações, apenas munido de piadas ingênuas. É justamente isso que falta ao Pânico e ao CQC. Os humorísticos se tornaram programas em que crianças não podem acompanhar devido ao palavreado, à nudez e às piadas de tremendo mau gosto. Por essas e outras razões acredito que esse tipo de humor está com os dias contados.

CQC

O programa era de um humor quase levado a sério. Com seus integrantes muito bem vestidos e de línguas afiadas. Desafiando parlamentares com perguntas que todos gostariam de fazer. Mas agora está precisando melhorar, custe o que custar (desculpem o trocadilho).

Durante os 4 anos que está no ar, já teve vários altos e baixos, mas ultimamente a audiência tem caído, chegando a ter 4,1 pontos no Ibope e ficando o mês de maio abaixo dos 6 pontos. Acredito que a dificuldade de substituir Danilo Gentilli (que ganhou programa próprio) e Rafinha Bastos (devido ao mal comportamento e piadinhas sem noção), tenha acelerado essa queda.

Na minha opinião a contratação de Ronald Rios foi um erro. Para acabar com todas as chances de subir nas graças do povo, eles colocam uma matéria sobre pedofilia, um assunto muito sério que foi abordado como uma piada qualquer. O CQC, antes considerado um humor sério, que tratava de assunto de ordem pública, hoje não passa de mais um programa de humor que ridiculariza as situações do nosso país e com quadros como o "Nenfu", que não tem graça nenhuma.

Pânico na Band

Pânico na Band


O programa sempre teve um humor louco, fazendo piada e brincadeiras sem levar em conta as consequências. Graças a isso, eles amargam processos por todo o lado. Estão há nove anos na TV e ainda não aprenderam com os erros que já cometeram.

A graça e a essência ficaram para trás, as panicats que antes, além de desfilar os seus pequenos biquínis, ainda faziam matérias e externas, hoje fazem apenas figuração, rebolando pra lá e pra cá. A exploração e apelação são pontos muito negativos no Pânico. Embora exista um público que queira apenas ver corpos bonitos rebolando o tempo todo, isso não está na minha lista de interesses.

A troca de emissora pode ter piorado o comportamento deles, a ida para a Band desencadeou uma nova necessidade de correr atrás do prejuízo, para aumentar os pontos no Ibope, eles estão exagerando. Qualquer assunto falado no programa ou quadro apresentado terá uma ou todas elas rebolando. Sei que isso não é um problema para maioria dos telespectadores, mais o fato de estarem sempre apelando para sensualidade enjoa. Os exageros também são pontos negativos do programa, como forçar integrantes a raspar a cabeça ou fazer tatuagem, é desumanos e constrangedor. Onde estão os direitos humanos nessas horas? As piadas sem noção, como a do enterro do Sílvio Santos me tiram do sério.

Ambos programas, tinham um humor diferente e ousado. Mas essa ousadia toda acaba com a paciência de telespectadores e entrevistados. As pessoas estão cansadas desde humor que humilha e denigre imagens. Querem rir de coisas bobas como umas risada de bebê ou um cachorro correndo atrás do próprio rabo.

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