Violência Doméstica: Quem são as vítimas?

O país passa por um movimento social em busca dos direitos e o fim da violência. Muitas manifestações acabam em pancadarias, tiros com balas de borracha e gás lacrimogênio, mas da onde vem tanta violência? Na minha humilde opinião tudo começa em casa. Muitas famílias são destruídas e aniquiladas pela violência doméstica, filhos que apanham dos pais ou que veem a mãe apanhando podem se tornar pessoas violentas e num futuro próximo estar cometendo genocídios. Mas de onde vem esta cultura e essa violência toda? Qual os motivos para homens e mulheres agredirem a sua família?

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Geralmente a violência está ligada a cultura machista. Em alguns lugares do Brasil a agressão à mulher ainda é aceita como uma ação comum. O homem é o chefe da família, senhor da casa, da mulher, dos filhos. Mas graças as diversas campanhas de repúdio à violência contra a mulher, até mesmo nesses lugares elas não estão aceitando mais essa situação. 

Mas não pensem vocês que as únicas vítimas são as mulheres e as crianças, segundo a psicóloga Heloisa Fleury, muitos homens (em escala menor) também sofrem com a violência dentro de casa: "tanto os homens quanto as mulheres em situação de violência familiar parecem sentir necessidade de se defender e de defender seu lugar na família", afirma a psicologa. “Um só se percebe reconhecido quando se sobrepõe ao outro”, declara Heloisa, que é Coordenadora Geral do Departamento de Psicodrama do Instituto Sedes Sapientiae (DPSedes).

Embora possa parecer raro, muitas famílias ainda se apresentam em configurações tradicionais como pai, mãe e filhos. Nesse contexto, acredita-se que o homem é superior e que a mulher e as crianças lhe devem total respeito. “Tem-se as masculinidades atreladas à independência, autoridade, superioridade, infidelidade, enquanto às mulheres é solicitada uma adequação ao masculino, que implica oposição e ajustamento ao homem e em dependência, submissão, fidelidade e passividade. Esse olhar pode ser responsável pela naturalização da violência masculina e pela invisibilidade da violência praticada pelas mulheres”, relata a psicóloga.

No casamento, a violência está ligada, entre outros fatores, às expectativas entre os cônjuges, à dinâmica conjugal e, principalmente, à comunicação construída por eles durante o relacionamento. Um mesmo fato pode ser positivo para um e negativo para o outro. O casamento traz novidades para a vida a dois, o que pode resultar em satisfações novas, mas também trazem novos conflitos.

Não importa que é a vítima (homem, mulher, criança, animais) em caso de violência disque 180 ou 181 e denuncie o agressor.

Tais conclusões foram extraídas do estudo “Homens e Mulheres envolvidos em violência e atendidos em grupos socioterapêuticos: união, comunicação e relação”, publicado integralmente na Revista Brasileira de Psicodrama, da qual Heloisa Fleury é editora responsável.

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