A verdade sobre as Cartas: O tóxico me matou

Está sendo compartilhado nas redes sociais uma carta de uma suposta ex-paquita chamada de Patricia, ela morreu de HIV algumas horas depois de ditar a carta à uma enfermeira. A carta conta toda a jornada da jovem, desde a apresentação a droga até o seu trágico fim.

lágrimas de pai e filho
Me lembro muito bem quando fui apresentada a uma dessas cartas. Era a carta de um filho para o seu pai, pedindo perdão e contando como conheceu o seu assassino. As palavras de ambas cartas são muito parecidas, com algumas atualizações de gírias e fatos, mas o conteúdo é o mesmo.

O que eu penso sobre isso? Acho que qualquer forma de informação e alerta aos jovens sobre as drogas é importantíssimo. Talvez eu não tenha usado drogas pela carta que eu li, quando tinha 12 anos. Talvez nunca tenha usado drogas por que não é da minha natureza, ou por que meus pais sempre estiveram alertas. Mas não faltaram oportunidades e ofertas de "amigos". Tenho até hoje o xerox da mesma entre minhas mensagens, receitas e poesias e de vez em quando eu releio.

Tenho 32 anos e a carta, falsa ou não, que eu li a 20 anos atrás não fez mal para mim e não irá fazer mal para ninguém que ler. Quem assistiu ao Coral de Rua (rede record) ou ao programa Liga (Band) ou a qualquer noticiário onde mostram depoimentos de pessoas que são dependentes químicas entende o que as cartas querem mostrar. Quem acompanhou a vida e carreira de artistas como Rafael Ilha ou Amy Winehouse, entre outros, viu a capacidade que a droga tem de acabar com a vida das pessoas.

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Esta carta é a que eu possuo e desejo compartilhar com vocês, é a carta que um filho escreveu para o seu pai, poucos dias antes da morte. Dizem que é um caso verídico ocorrido no Hospital 23 de Maio em São Paulo, mas quem sabe se realmente é:

Pai,
Acho que neste mundo ninguém chegou a descrever o seu próprio cemitério. Não sei como o meu pai vai recebê-lo. Mas preciso de todas as minhas forças enquanto é tempo. 
Sinto muito, meu pai, acho que este diálogo é o último que tenho com o senhor. Sinto muito mesmo.
Sabe pai... Está em tempo do senhor saber a verdade que nunca suspeitou. Vou ser breve e claro.
O TÓXICO ME MATOU, meu pai; travei conhecimento com meus assassinos aos 15 para 16 anos de idade. É horrível, não pai?

Sabe como nós conhecemos isto?

Através de um cidadão elegantemente vestido, bem elegante mesmo e bem falante, que nos apresentou o nosso futuro assassino: o tóxico.

Eu tentei, mas tentei mesmo recusar, mas o cidadão mexeu com o meu brio, dizendo que eu não era homem.

Não preciso dizer mais nada, não é?... Ingressei no mundo do tóxico. No começo foram as tonturas, depois o devaneio e a seguir a escuridão. Não fazia nada sem que o tóxico estivesse presente.

Depois veio a falta de ar, medo, alucinações, depois euforia novamente.

Eu sentia mais do que as outras pessoas e o tóxico, meu amigo inesquecível, sorria, sorria...

Sabe pai, a gente quando começa, acha tudo ridículo e muito engraçado. Até Deus eu achava ridículo. Hoje neste hospital, eu reconheço que Deus é o ser mais importante no mundo.

Eu sei que sem a ajuda Dele eu não estaria escrevendo o que estou.

Pai, o senhor não pode acreditar, mas a vida de um toxicômano é terrível, a gente se sente dilacerado por dentro. É terrível e todo jovem deve saber disso, para não entrar nessa.

Já não posso dar nem três passos sem me cansar. Os médicos dizem que eu vou ficar curado, mas quando saem do quarto balançam a cabeça.

Pai... Eu só tenho 19 anos e sei que não tenho a menor chance de viver, é muito tarde para mim, mas para o senhor, pai, tenho um único pedido a fazer:

Diga a todos os jovens que o senhor conhece e mostre a eles esta carta, diga a eles que em cada porta de escola, em cada cursinho, em cada faculdade, em qualquer lugar, há sempre um homem elegantemente vestido, bem falante, que irá mostrar-lhe o seu futuro assassino, o destruidor de suas vidas e o que levará à loucura e à morte como eu.

Por favor, faça isso meu pai, antes que seja tarde demais também para eles.

Perdoe-me meu pai... Já sofri demais.

Perdoe-me por fazê-lo sofrer também pelas minhas loucuras.

Adeus meu pai...

Alertas são validos hoje, amanhã e sempre. Alerte os seus filhos, amigos e irmãos. Cuide de quem você ama.

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